Perguntas que me fazem muitas vezes!

A terapia assistida com cavalos é relativamente recente e não há, ainda, muita informação acessível. Por isso, é natural que tenha algumas dúvidas. Estamos cá para esclarecer!

Questões Gerais

Em poucas palavras, e de forma muuuito simplificada, a TAC é uma intervenção terapêutica que utiliza o cavalo como facilitador. Como todas as terapias, esta deve ser estruturada em função dos resultados da avaliação da pessoa e orientada de acordo com as suas características individuais (necessidades, interesses, idade, etc.).

Ou seja, o papel do cavalo na sessão vai variar, dependendo do objetivo definido para cada pessoa. Em alguns casos, o movimento do passo do cavalo pode ser de extrema importância (ex. para trabalhar o equilíbrio, controlo do tronco, etc.). Noutros, montar pode ser secundário e ser mais importante trabalhar primeiro a relação com o cavalo a partir do chão (ex. quando a pessoa é muito insegura, tem muito medo, tem sensibilidade a estímulos como o pêlo ou movimento do passo, etc.).

No entanto, embora se fale sempre em TAC de uma forma geral, há que ter atenção ao seguinte aspeto: a intervenção e utilização do cavalo não depende apenas da pessoa, mas também da formação de base do terapeuta que guia a sessão. A formação de base de um fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta da fala ou psicomotricista é muito diferente e, em consequência, a sua forma de intervir também! Deve procurar um terapeuta que vá ao encontro das suas necessidades. Não pode esperar que um psicólogo tenha uma intervenção a nível motor/postural igual à de um fisioterapeuta, por exemplo. Também não pode exigir a uma pessoa que não tenha formação na área da saúde, uma intervenção ajustada em função de objetivos terapêuticos.

Ao abordar alguém para iniciar um acompanhamento, deve certificar-se qual a formação do técnico. 

No meu caso, a minha formação de base é a psicomotricidade, explico melhor a minha forma de intervir mais abaixo.

A TAC pode abranger um leque muito grande de pessoas mas, tal como referi na questão anterior, os destinatários dependem muito da formação do terapeuta e das condições disponíveis (cavalos, infraestruturas, etc.).

De uma forma geral, a TAC pode ser indicada para pessoas de várias idades, desde bebés a idosos, e diferentes necessidades: neuromotoras, cognitivas e psicossociais.

É muito comum ser indicada para casos de paralisia cerebral, AVC, traumatismo cranioencefálico, esclerose múltipla, síndrome de Down e outras perturbações com défice cognitivo, atraso no desenvolvimento psicomotor, dificuldades ao nível da coordenação motora, autismo, defesas sensoriais e perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Mais recentemente, tem-se indicado a TAC para questões como stress pós traumático, depressão, problemas de comportamento (em crianças e adolescentes), dificuldades de aprendizagem, baixa autoestima e autoconfiança e outras questões emocionais, por exemplo em crianças e adolescentes em risco de exclusão social.

Embora a minha formação me permita trabalhar com uma série de questões acima referidas, os casos que posso aceitar dependem muito das condições disponibilizadas por cada parceria.

Contacte-me para mais informações através do formulário abaixo, ou pelas vias que disponibilizo aqui.

Geralmente, a TAC é contraindicada para os seguintes casos: grave instabilidade cervical (controlo da cabeça), desvios graves na coluna vertebral (>30o), luxação da anca, espasticidade severa com dor, osteoporose, situações de inflamação e epilepsia.

No entanto, realço que deve haver sempre uma avaliação inicial por parte do terapeuta e uma declaração médica que ateste a ausência de contraindicações. Pode acontecer que, apesar de constar na “lista de contraindicações”, a pessoa reúna condições para fazer esta terapia em segurança. Tudo depende de caso para caso, dos cavalos disponíveis, materiais, ajudantes laterais, formação de base do terapeuta, entre outros fatores. O inverso também pode acontecer. A pessoa pode não apresentar contraindicações, e o terapeuta não ter meios para fazer um acompanhamento seguro, ou que vá ao encontro das suas necessidades específicas.

A questão das terminologias não é, de todo, consensual. Existem muitos termos diferentes, tanto que a comunidade cientifica se tem debruçado sobre o assunto, no sentido de tentar uniformizar a terminologia utilizada. Nos EUA, a Professional Association of Therapeutic Horsemanship International (PATH, Intl.) e a American Hippotherapy Association, Inc. (AHA) já publicaram documentos onde estabelecem a terminologia a adotar no país. Infelizmente, em Portugal não existe nenhuma associação ou entidade que regulamente ou norteie este tipo de intervenções. Temos um longo caminho a “desbravar”!

Por cá, os termos mais utilizados são hipoterapia e equitação terapêutica, sendo que cada um se refere a intervenções diferentes:

  • hipoterapia: costuma ser definida como uma intervenção ao nível da reabilitação neuromotora, indicada para pessoas com patologias severas ou multideficiência. Geralmente é acompanhada por fisioterapeutas. Neste caso, a pessoa não costuma ter uma ação direta sobre o cavalo.
  • equitação terapêutica (ou com fins terapêuticos) – aqui, os objetivos são psicomotores, educacionais e psicossociais e já existe uma maior interação cavalo-cavaleiro. O técnico responsável pode variar em função das necessidades da pessoa, mas é neste campo que se insere o psicomotricista. Este termo tem sido alvo de alguma controvérsia, uma vez que a palavra “equitação” dá a entender que a pessoa tem de montar a cavalo e aprender técnicas da equitação desportiva, o que nem sempre é verdade. Há casos em que as sessões podem decorrer a partir do chão e, na maior parte das vezes, as atividades desenvolvidas nada têm a ver com equitação.

Está a perguntar-se onde entra a terapia assistida com cavalos, não é? Este termo é muito pouco utilizado em Portugal, mas é um dos mais utilizados na literatura científica por todo o mundo. Decidi adotar esta terminologia, uma vez que é mais geral e não induz quem procura o serviço em erro.

Há muito mais a dizer e discutir sobre o assunto, mas deixo isso para outra altura!

Ao contrário do que geralmente se pensa, o cavalo não é capaz de usar o raciocínio dedutivo, reagindo apenas a estímulos, segundo o seu instinto e de acordo com padrões de resposta condicionada a que foi sendo exposto ao longo da sua vida. Desta forma, o feedback dado pelo cavalo é imediato, claro e revela os nossos pontos fortes e fracos, refletindo a nossa atitude. Ora, se a pessoa pretende transmitir confiança ao cavalo, esta tem de se conhecer e compreender a si mesma, controlar a sua conduta e conhecer o cavalo. Ou seja, deve desenvolver a capacidade de relacionamento com o outro. Para além disso, é muito mais fácil criar relação com um ser que não força o contacto visual ou uma conversa, por exemplo. “Os animais podem ajudar-nos a aprender, a fazer amigos, a encarar os nossos desafios e a fazer novas escolhas para a nossa vida” (Harrington, 2015).

Além do que já expliquei, o passo (andamento mais lento do cavalo) promove no corpo do cavaleiro os movimentos tridimensionais, correspondentes aos movimentos da marcha humana. As respostas motoras da pessoa em função desses movimentos pode ajudar a alcançar resultados funcionais transferíveis para a sua vida diária. O cavalo é também uma fonte de inúmeros estímulos sensoriais e propriocetivos que incluem, entre outros, a estimulação da pele, o efeito de calor, a reação defensiva contra quedas, os reflexos profundos da cervical e lombar, a flexão e a extensão de tecidos.

O contexto onde o cavalo se insere também oferece uma série de estímulos e oportunidades que podem ser aproveitados pelo terapeuta. Algumas tarefas e habilidades adquiridas neste contexto podem ser transferidas para a vida diária e ajudar a desenvolver a autonomia. Atividades como a limpeza do cavalo, material, a sua alimentação podem ajudar a desenvolver noções como a importância do banho e preparação das suas próprias refeições, por exemplo. Para não falar de todos os estímulos psicomotores inerentes a cada tarefa.

A psicomotricidade tem uma visão holística da pessoa, ou seja, integral. Não observa o corpo separado da mente e vice-versa. Já me perguntaram muitas vezes se é algo místico ou ligado à espiritualidade. Não! A psicomotricidade é baseada em ciência e vai buscar conhecimentos a várias áreas, como a psiquiatria, psicologia e neurociências. No entanto, a sua visão da pessoa é muito semelhante a outras práticas (como a medicina chinesa e o yoga), uma vez que para nós, psicomotricistas, o corpo e o movimento são um reflexo da psique, da cognição. Por isso se chama: psico+motricidade.

Ballouard (2008) define a psicomotricidade como representação de “todos os fenómenos que testemunham a inscrição dos processos psíquicos no corpo, especialmente ao nível do movimento, atitudes, posições e mímicas”. Estudamos a forma como a evolução das funções instrumentais e relacionais marcam o corpo e a nossa abordagem assenta na ajuda prestada à pessoa, de modo a promover uma experiência harmoniosa que lhe permita ajustar-se ou reajustar-se às condições do meio ambiente e, assim, proporcionar-lhe melhores oportunidades de adaptação.

De Meur & Staes (1991), referem que a psicomotricidade ultrapassa os problemas motores, debruçando-se também sobre questões como a lateralidade, estruturação espacial, orientação temporal e as dificuldades escolares. Segundo os autores, isto ajuda a tomar consciência das relações existentes entre o gesto e afetividade.

“Os Psicomotricistas podem exercer a sua atividade profissional no âmbito terapêutico, reabilitativo, reeducativo e/ou preventivo, nas mais diversas situações ligadas a problemas de desenvolvimento e de maturação psicomotora, de comportamento, de aprendizagem e de âmbito psico-afectivo. A Intervenção Psicomotora destina-se a todos os grupos etários e utiliza diversas metodologias “(Associação Portuguesa de Psicomotricidade).

Não!

Antes de mais, e independentemente do objetivo definido para a intervenção, o primeiro ponto a ter em conta é sempre a segurança. Não só do cavaleiro, mas dos técnicos. Os cavalos utilizados em TAC têm de ser de extrema confiança, muito bem treinados, calmos e pouco reativos a estímulos imprevistos (como movimentos bruscos, gritos, barulhos de brinquedos, etc.). Pode ser muito perigoso se o cavalo se assustar e galopar, ou não transmitir confiança, se for um animal mais tenso. Um segundo de sentimento de insegurança a/com o cavalo pode arruinar o trabalho de meses e levar mesmo a que a pessoa abandone o processo terapêutico!

Depois, há que ter em conta e salvaguardar o bem-estar do cavalo. Uma pessoa com muito peso pode magoar o dorso de um cavalo com uma estrutura mais fraca ou mais idade, por exemplo.

Existem outras características que são importantes ter em conta: altura, amplitude e ritmo natural da passada, formato e largura do dorso, movimento do pescoço e dorso durante o passo, temperamento, etc.. Mas a seleção destes atributos vai depender dos objetivos e particularidades de cada pessoa. Nem todos os cavalos (por muito mansos que sejam) são indicados para todos os casos.

Esta tem sido uma das questões mais recorrentes ultimamente, mas a resposta não é nada fácil. Porque os procedimentos variam muito de técnico para técnico (cada um tem a sua forma de trabalhar) e de caso para caso.

Idealmente, antes de intervir deveria haver uma avaliação, elaboração de um projeto terapêutico (plano onde são definidas as áreas fortes e a desenvolver, objetivos a atingir, estratégias específicas, calendarização, etc.) e, só depois, se partir para a intervenção.

A estrutura da sessão deverá ser definida de acordo com o projeto terapêutico. Pode começar por atividades no chão (como limpar e aparelhar o cavalo), ou apenas cumprimentar e montar logo de seguida. As atividades também vão depender muito dos objetivos, mas podem ir desde jogos a cavalo, como gincanas, a atividades de estimulação sensorial (toque no pêlo, sentir as passadas do cavalo em diferentes posições) ou de promoção da comunicação e relação com o cavalo (dando indicações verbais sobre para onde ir, utilizando as rédeas, etc.). Também pode terminar apenas com o apear e despedir do cavalo, ou a desaparelhar e arrumar o material. Tudo depende, literalmente, de cada pessoa.

Idealmente deverá haver uma avaliação inicial e elaboração de um projeto terapêutico (plano onde são definidas as áreas fortes e a desenvolver, objetivos a atingir, estratégias específicas, calendarização, etc.).

Ao longo do ano, devem fazer-se avaliações periódicas (mesmo que informais) e, se necessário, reajustar objetivos e estratégias.

Em todo o processo, é muito importante ter atenção ao feedback dado pelos pais ou responsáveis pela pessoa que estamos a acompanhar. Afinal, queremos que os resultados da nossa intervenção se reflitam no quotidiano!

Se, na ultima avaliação do ano constatarmos que conseguimos alcançar grande parte dos nossos objetivos e definir outros “mais altos”, podemos dizer que a nossa intervenção surtiu efeito e teve sucesso!

Questões sobre Serviços

Fico muito feliz por saber que pode ter interesse nos meus serviços! 😊

Mas, antes de marcar uma sessão, é importante que conversemos.

Preciso saber algumas coisas antes de avançar, como o motivo pelo qual me está a procurar, para saber se sou a pessoa indicada para o acompanhamento terapêutico, ou se o centro hípico parceiro mais perto de si reúne todas as condições necessárias.

A honestidade e respeito são uns dos pilares mais importantes do meu trabalho e têm pautado o meu percurso profissional. Não pretendo, de todo, enganar ou aceitar casos que possam não ser da minha competência ou não reunir todas as condições de segurança.

Mas pode (e deve!) contactar-me! Preencha o formulário ao fundo desta página, ou contacte-me pelas vias disponíveis aqui.

É mais fácil explicar por passos:

  1. Avaliação inicial: depois do primeiro contacto, marco uma sessão de avaliação que se vai dividir em dois momentos:
    1. Reunião onde vou procurar saber os motivos pelos quais me está a procurar, conhecer a história do seu filho ou pessoa por quem está responsável, quais as suas expectativas em relação a esta terapia, etc.
    2. Avaliação psicomotora: posso aplicar algum instrumento de avaliação formal ou optar por uma avaliação por observação informal. Neste momento avalio também a reação ao cavalo.
  2. Reúno novamente consigo para explicar os projeto terapêutico (resultados da avaliação, objetivos e estratégias definidos, etc.) e perceber se está de acordo com o que delineei. Nesta reunião deixamos combinado o horário e frequência das sessões.
  3. Depois destes passos, é só começar a intervenção!

A estrutura da sessão vai ser definida de acordo com o projeto terapêutico. Pode começar por atividades no chão (como limpar e aparelhar o cavalo), ou apenas cumprimentar e montar logo de seguida. As atividades também vão depender muito dos objetivos, mas podem ir desde jogos a cavalo, como gincanas, a atividades de estimulação sensorial (toque no pêlo, sentir as passadas do cavalo em diferentes posições) ou de promoção da comunicação e relação com o cavalo (dando indicações verbais sobre para onde ir, utilizando as rédeas, etc.). Também pode terminar apenas com o apear e despedir do cavalo, ou a desaparelhar e arrumar o material. Tudo depende, literalmente, de cada pessoa.

Costumo fazer sessões de 30 min, 45 min ou 1 hora. Mas a decisão do tempo de sessão vai variar em função de vários fatores:

  • Objetivos e, consequentemente, atividades definidas em função dos mesmos
  • Capacidade de manter o foco atencional (já pensou no que seria exigir 1 hora de sessão a uma criança com défice de atenção?)
  • Disponibilidade horária – infelizmente o dia só tem 24 horas e há sempre uma série de constrangimentos

Posto isto, e de acordo com que referi, após a avaliação inicial vou sugerir o tempo de sessão que considero melhor se ajustar à pessoa e a decisão final vai sempre ser tomada em conjunto com os pais/pessoas responsáveis.

Ainda (reforço, AINDA) não! O projeto acabou de arrancar e preferi dar passos pequeninos, mas seguros. MAS, é um objetivo a atingir a curto prazo e espero conseguir ter novidades sobre isso em breve.

Mantenha-se atento! 😊

Que boa notícia! Vai ser ótimo conversar consigo! 😊

Para começar, pode preencher o formulário no final desta página, selecionar a opção “interesse em criar parceria – centro hípico” no assunto e, na mensagem, referir os seguintes tópicos:

  • nome do centro hípico
  • localização do centro hípico
  • contactos (telefone e email)
  • disponibilidade para reunir

Também pode contactar-me pelas vias que disponibilizo aqui.

Vou responder o mais rápido que me for possível e agilizar uma reunião, em data e horário conveniente para ambos.

Que bom! Tenho todo o prazer em falar consigo! 😊

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Vou responder o mais rápido que me for possível e agilizar uma reunião, em data e horário conveniente para ambos.

Ainda tem questões? Não há problema! Contacte-me, tenho todo o gosto em responder!

Email: terapiaagalope.pt

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